Sonhos

  Sath sorriu:

- Para com isso. Sério.

- Me fala pra parar sorrindo? Tenho cara de idiota, Sath?

- Lógico. Também é bem verdade que eu ria depois de você dizer pra eu fazer uma coisa dessas, Lewen - dessa vez, não sorriu. - Me deixe sozinho.

- Pensar. Você adora pensar - disse Lewen, aborrecido. - Se eu tivesse um único desejo, iria querer nunca ter te conhecido. - Num longo suspiro, saiu andando, com seus passos chicoteando o chão, um tanto apressado demais.

"Frio", pensou Sath, "Muito frio". 

  Deitou-se no banco de madeira, com as mãos entrelaçadas contra os espessos cabelos ruivos, sentindo frio. Levou alguns minutos para associar os pensamentes dos sentidos. Quase gargalhou, mas um bocejo interrompeu a mesma. Perdeu a graça.

- Mais um dia... - sorriu descontraidamente -, pena que esse não foi o meu.

  Fechou as pálpebras, repousando, enquanto homens de negócios, mulheres grávidas e muitas outras pessoas iam, vinham e davam-lhe olhadelas, curiosos.

  E então, pôde apreciar o maior prazer de seu dia.

  Sonhar.

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