Ninfa
Venha, minha Ninfa,
Deixe-me segredar-lhe palavras de amor.
Como uma cálida nota,
numa vertigem de luar.
Chegue mais perto, amor
Deixe-me cravar-lhe os lábios fartos,
imbuídos de mel,
e percorrê-la, sorvê-la, sê-la...
Que há, minha flor?
líquido transborda em teus beiços,
negro e incolor...
Me amas, minha pétala?
Diga sim, por favor!
Oh, Deus,
Que fizeste à mim?
Minha ira é briluz,
minha alma reduz.
Quero-te, Quero-te, Quero-te...!
Venha comigo, doce Ninfa,
Deixe-me incutir-lhe murmúrios de dor.
Adentrar-lhe os fios em cascata,
Olhar-te,
Perscrutar teu ardor...
"Adeus, meu amor."
Longínquo
Nós certamente estamos juntos
Tentando estender nossas mãos
Para alcançar aquele lugar tão longe...
Continuamos a andar, levados pelo vento,
Esperando ansiosamente nosso futuro,
Tentando transpassar aquela imensa distância
Para sabermos o porquê de tudo isso...
Mesmo que nem notemos o tempo passar,
Decidimos por nós mesmos quando abraçá-lo.
Nós certamente estamos juntos,
Tentando estender nossas mãos
Procurando aquilo que não podemos ver,
Enquanto seguramos firme
Estes sonhos tão brilhantes...
E alcançamos aquele lugar tão distante.
A cor do céu que um dia olhamos,
Está suja pelas lágrimas que derramamos.
Se limparmos nossos rostos, perceberemos:
Aquela força que parece desaparecer na luz.
Nós certamente estamos juntos,
Somente procurando
Mesmo que a resposta não esteja aqui.
Apesar de não conhecer nada,
Eu quero ver e acreditar
Que aquele lugar tão longe existe...
Nós certamente estamos juntos
Tentando estender nossas mãos
Ansiando aquele céu interminável
Se seu coração pulsa com o meu,
É porque você não está mais sozinho
Neste lugar tão longe...
Tão longe.
(Adaptação da música Sanctuary, de Tamaki Nami)
Tentando estender nossas mãos
Para alcançar aquele lugar tão longe...
Continuamos a andar, levados pelo vento,
Esperando ansiosamente nosso futuro,
Tentando transpassar aquela imensa distância
Para sabermos o porquê de tudo isso...
Mesmo que nem notemos o tempo passar,
Decidimos por nós mesmos quando abraçá-lo.
Nós certamente estamos juntos,
Tentando estender nossas mãos
Procurando aquilo que não podemos ver,
Enquanto seguramos firme
Estes sonhos tão brilhantes...
E alcançamos aquele lugar tão distante.
A cor do céu que um dia olhamos,
Está suja pelas lágrimas que derramamos.
Se limparmos nossos rostos, perceberemos:
Aquela força que parece desaparecer na luz.
Nós certamente estamos juntos,
Somente procurando
Mesmo que a resposta não esteja aqui.
Apesar de não conhecer nada,
Eu quero ver e acreditar
Que aquele lugar tão longe existe...
Nós certamente estamos juntos
Tentando estender nossas mãos
Ansiando aquele céu interminável
Se seu coração pulsa com o meu,
É porque você não está mais sozinho
Neste lugar tão longe...
Tão longe.
(Adaptação da música Sanctuary, de Tamaki Nami)
Alimento
Empertigado, fito o teto desolado; apodrecido pelos anos infindáveis. Poderia eu enxergar além? Nada vejo senão teias interconectadas sob minha cabeça; acima de meus olhos, a saciar curiosidades pueris. Aranhas etéreas a pincelar-me o corpo numa prisão angustiante. Fadas alegres, a entoar canções afoitas, tímidas e deliberantes.
"Presenças fulgurantes. . ."
Imagino minha face rubra enquanto amarfanho-me nos finos cobertores que cobrem um colchão esfarrapado. Por entre sombras e escuridão, um murmúrio gélido sopra de meus lábios ressecados:
"Alimento minha paixão na vastidão oceânica do espaço-tempo. . ."
A calamidade refreou, e via-me inundado de um líquido quente e viscoso, como se minhas lágrimas adquirissem um teor lívido e mortiço, a percorrer meu rosto como brasas incandescentes. Um segundo bastou para que eu abrisse as pálpebras e tudo voltasse ao normal. Fora, afinal, um sonho. . .
Apenas um sonho.
- Bonita frase.
Viro-me, assustado.
- Leste meus pensares? - indago, abusivo.
Era uma menina. Súbito, percebo: não estou em meu quarto, mas numa sala colossal cujas alturas não têm fim. Boquiaberto, não consigo crer no crível; tampouco ver o visível. Como entender o inteligível?
- Não precisa ser tão agressivo, Gabriel. Apenas acompanho o dia, a noite e o luar - disse a menina, quase a cantar.
Silêncio. Pondero suas palavras, assentindo.
- Sabe? É deprimente saber que as únicas coisas que podem nos ver são os seres humanos. Não mostramos nossa totalidade. É estranho; é como se existíssemos sem existir. . . Sim. Perdemos tempo. . . e o ganhamos - conclui a estranha menina. - E não sou estranha. Sei que escreves esta história.
- O quê? - fito-a, confuso. - Crio vida, mas não sei o que ela é. . . Por que escrevo a mim mesmo num cenário inteiramente diferente do que aquele em que verdadeiramente estou? Sou munido de preocupações, anseios e limitações. Por que O Criador não faz diferente?
- Por que ele quer vê-lo sofrer. Quer que experimente o máximo sofrimento, para alcançar o máximo amor. Não há limites. . .
É infinito.
"Presenças fulgurantes. . ."
Imagino minha face rubra enquanto amarfanho-me nos finos cobertores que cobrem um colchão esfarrapado. Por entre sombras e escuridão, um murmúrio gélido sopra de meus lábios ressecados:
"Alimento minha paixão na vastidão oceânica do espaço-tempo. . ."
A calamidade refreou, e via-me inundado de um líquido quente e viscoso, como se minhas lágrimas adquirissem um teor lívido e mortiço, a percorrer meu rosto como brasas incandescentes. Um segundo bastou para que eu abrisse as pálpebras e tudo voltasse ao normal. Fora, afinal, um sonho. . .
Apenas um sonho.
- Bonita frase.
Viro-me, assustado.
- Leste meus pensares? - indago, abusivo.
Era uma menina. Súbito, percebo: não estou em meu quarto, mas numa sala colossal cujas alturas não têm fim. Boquiaberto, não consigo crer no crível; tampouco ver o visível. Como entender o inteligível?
- Não precisa ser tão agressivo, Gabriel. Apenas acompanho o dia, a noite e o luar - disse a menina, quase a cantar.
Silêncio. Pondero suas palavras, assentindo.
- Sabe? É deprimente saber que as únicas coisas que podem nos ver são os seres humanos. Não mostramos nossa totalidade. É estranho; é como se existíssemos sem existir. . . Sim. Perdemos tempo. . . e o ganhamos - conclui a estranha menina. - E não sou estranha. Sei que escreves esta história.
- O quê? - fito-a, confuso. - Crio vida, mas não sei o que ela é. . . Por que escrevo a mim mesmo num cenário inteiramente diferente do que aquele em que verdadeiramente estou? Sou munido de preocupações, anseios e limitações. Por que O Criador não faz diferente?
- Por que ele quer vê-lo sofrer. Quer que experimente o máximo sofrimento, para alcançar o máximo amor. Não há limites. . .
É infinito.
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